De uns tempos para cá, tenho observado que as pessoas, na
medida em que envelhecem, se tornam cada vez mais individualistas e fechadas
para o novo. Uma criança é o ser mais curioso e antenado para as coisas boas e
ruins que existe. O desejo de aprender é grande, a sede de conhecer pessoas,
assuntos novos, o significado e o porquê das coisas que a cercam. Um adolescente
continua nessa linha, mas já cria seus próprios preconceitos, se fechando, aos
poucos, desde já, para assuntos que julga não serem bons. Um julgamento nessa
fase é, quase sempre, precipitado. Entretanto, a abertura para conhecer novas
pessoas e idéias continua frutífera na cabeça do jovem. Ao adentrar na fase
adulta, se inicia a consolidação em nossas cabeças de preconceitos que, na
medida que se passam os anos, se tornam cada vez mais inquestionáveis e
inflexíveis para nós. É difícil convencer uma pessoa com mais de 30 anos a mudar
sua opinião sobre determinada coisa. A intolerância cresce com a idade física.
Assumir que se está errado parece que é um golpe no orgulho próprio. Perdemos a habilidade de nos auto-questionar.
As pessoas, nessa fase, em geral se fecham para o mundo e procuram novas
pessoas apenas por interesse profissional, sexual, seja qual for. Difícil se
construir novas amizades verdadeiras nessa época, talvez por isso que as que
construímos quando criança sejam as mais valiosas da vida.
Nessa fase adulta, grande parte das pessoas se foca na construção
de uma nova família. A recém formada família proporciona tudo o que uma pessoa
espera do contato com outras. Momentos de alegria, sexo, um ambiente pra se
reinar, um porquê palpável de se viver. Nesse contexto, a dispensa à sede de
conhecer assuntos, idéias e pessoas novas é destruída e substituída por um
estado de estagnação social. Daí para frente se vive com tudo que foi engessado
na cabeça desde o início do gradual fechamento. Perdemos a habilidade de nos reinventar.
Com os filhos ainda infantis, tentamos passar para eles toda a estagnação
mental que durante alguns anos jaz engessada de forma inflexível em nossa mente.
Esses filhos, na medida em que crescem, rapidamente percebem que talvez seus
pais estejam sendo, sob alguns aspectos, ultrapassados e conservadores em
relação à sociedade que os cerca, o que acaba gerando uma semente de anseio por
liberdade, um anseio de sair de uma convivência defasada e constituir sua
própria família. A motivação não é diferente da que moveu seus pais. Assim o
ciclo continua e se repete há anos na sociedade.
Deveríamos conservar os anseios de uma criança o máximo de
tempo possível em nossa vida. Deveríamos manter nossa mente aberta para sempre.
Os benefícios seriam grandes em todos os aspectos. Talvez assim a velhice nunca
atingisse nossa alma, ou no mínimo demoraria bem mais. As relações pessoais
seriam mais verdadeiras e felizes, e não apenas um meio para a consecução de
objetivos. Não há nada mais valioso e raro do que uma mente aberta aos 50 anos
de idade. Teríamos profissionais mais atualizados com os verdadeiros anseios
sociais do presente independente da idade, e não mais peças inflexíveis e
fechadas ao novo. A vida seria melhor na medida em que os anos passassem, deixaríamos,
então, de olhar para a infância com vontade de voltar no tempo e, logo,
passaríamos então a encará-la como uma fase inicial de uma existência que cresce
e evolui sem perder sua essência.
Amei esse texto, que tem a reflexão,sobre o momento que estamos vivendo.
ResponderExcluirMUITO LEGAL A MENSAGEM,FOTO BELISSIMA,PODERIA FAZER UM QUANDO DELA,E FICAR OLHANDO SEM PARAR,PARABÉNS
ResponderExcluirhttp://descasonobrasil.blogspot.com
muito bonito o blog to seguindo me siga...
ResponderExcluirTô te seguindo , me segue tbm ?
ResponderExcluirAbraços.
http://ubipandini.blogspot.com
Na teoria,sim,as crianças são bem mais curiosas. e eles costumam se surpreender com quase tudo. os adultos,por outro lado,não veem graça em muitas coisas. a aprendizagem vem da curiosidade, concordo que os adultos deveriam ser como as crianças nesse sentido.
ResponderExcluirEstou seguindo